sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

ALGUNS ACONTECIMENTOS, ME LEVAM A PUBLICAR ESTE POEMA...

Pesadelo em forma de poesia.

Para você que amo tanto!
Amo mesmo, para sempre...
E de forma incondicional
Amo sem impor nada
Sem cobrar nada
Nem mesmo peço
Que me amem.

Você não tem consciência
Mas você estava lá
Na noite em que
Minha casa desmoronou.

Desde os primeiros minutos
Quando senti, ela tremer
Os alicerces trincando
Tudo caindo sobre a
Minha cabeça e em
Meus ombros.
As paredes fortes
E pesadas...
Batendo em meus braços
E nas minhas costas.

A dor aguda e profunda!
O som da minha voz:
_Deus! me ajude...
O choro das crianças
Correndo, sem saber
Para onde.

Era um barulho infernal
Tudo parecia não ter fim
A cor do sangue
O gosto do sangue...

E a água gelada.
Senti que chovia.
Muito! Era uma tempestade
Muito fria.

A água percorria
Meu corpo dolorido
Me sentia sendo cortada.
Minha alma, gemia.
Às vezes, eu gritava
Outras vezes, eu segurava
E o grito ecoava
Apenas em meu espírito.

No meio deste eco...
Fugi de lá,
Corri muito
Arrastando minhas crianças
Pedindo socorro.
Pedindo perdão
Sem saber do que...

Pedindo perdão
Para Deus...
Um perdão sem sentido
Pois já passou um ano
E não compreendo
Porque as coisas aconteceram
Daquela forma.
Onde foi que eu errei?
Queria tanto saber!

Mesmo sem compreender
Agradeço à Deus
Por me permitir sobreviver
Por meus filhos estarem bem,
Acho que estão...

Acho que eles
Nem se lembram mais.
Mas eu,
Eu não vou esquecer!

Mas também
Não vou enlouquecer
Só quero viver
Viver bem...
Apesar de não
Me sentir segura

À qualquer momento
Tudo pode desmoronar!
Mas para quem já perdeu
Casa, filhos, família
E um pouco de vida

Tudo pode desmoronar!
Mas sei, que eu sairei
Andando...
Aos pedaços.
Mas pronta pra recomeçar
Com amor,
Com todo amor!

Maria Inês Marinho Marques
.